Impossível dizer o que o
pub All Black tem de melhor. Lá chegando, você já se depara com a simpatia do André e do
Marcelo, irmãos que garantem a entrada e a segurança do lugar. O staff de
garçons e garçonetes experientes e atenciosos é a segunda atração que você vai
encontrar, além da decoração charmosa de
pub irlandês - com perfeito isolamento acústico. A terceira atração, sem
dúvida, é pedir a famosa cerveja Guinness (pint a R$ 13,00 e half pint a R$
7,00), patrocinadora do pub e mundialmente conhecida por seu “Livro dos
Recordes”.
Copo na mão, convenientemente instalado, a quarta atração - talvez a que
tenha conferido definitivamente ao All Black o sucesso merecido – está para
rolar.
O clima é de expectativa. No pequeno palco, os músicos vão afiando os
instrumentos e testando o som. A casa já está cheia (por isso é bom chegar cedo
para pegar lugar). O staff zanza para cima e para baixo, a pequena Maria
equilibrando bandejas lotadas sem derramar nada; como é possível? É trabalho
duro também o das bartenders Fabíola, Rose e Janaína – artista em desenhos na
espuma etílica (veja abaixo) – preparando deliciosos e bonitos drinques, ao
mesmo tempo que tiram os chopps
(Carlsberg a R$ 6,50 pint e R$ 3,30 half pint) sem descanso e pouco
colarinho adequado. Sem dúvida elas são ajudadas pelos rapazes Aldo, Sandro,
Osvaldo, entre outros, tudo fluindo bem. A cerveja mais pedida é a Bohêmia (R$
4,00).
O clima é de amizade, e, mesmo apinhado, a cozinha é impecável. Come-se
muito bem no All Black, a bom preço, desde tapas, canapés, sanduíches e pratos
da cozinha internacional. Uma curiosidade muito saborosa são as batatas
irlandesas fritas – as batatas selvagens – maiores que as comuns, primeiro
cozidas e depois fritas, salpicadas de alecrim, conferindo um “mordiscar” especial.
Uma boa noite de All Black é aos domingos, quando toca a banda Sonora, de
black music, com a excelente e bela crooner Roberta. O som da casa bomba,
também, nas noites, que precedem a segunda-feira, e começa mais cedo (21:30hs.).
Na terça-feira o som é do Vasco, guitarra, gaita, e canto, multitarefa. Um
arraso. A noite mais concorrida (fila na porta) é a de quinta-feira, com a
banda Insônica, de rock e pop, com as músicas de rádio. Na sexta-feira é a vez
do “Malaco Soul”, um professor de inglês
com voz chegada a Tim Maia. Imperdível. As
noites de quarta e sábado são reservadas para novas bandas se apresentarem.
Dancing free.
Pub é uma abreviação de public bar,
sendo que os ingleses se diferenciam dos irlandeses principalmente pela
decoração despojada, desses últimos. O All Black, que leva o nome em homenagem
ao time de rugby neo-zelandês, foi inaugurado em 21 de novembro de 2001, fita
cortada pela primeira ministra da Nova Zelândia, Helen Clark, em visita ao
Brasil,. Quando chegar lá, peça a um dos porteiros para mostrar a placa
comemorativa do evento, mais um dos fatores que distinguem esse pub. No próximo
domingo o All Black completa três aninhos, mas festa mesmo rola no Dia de St.
Patrick, em 17 de Março.

É quando a poderosa Janaína exercitará a arte de desenhar – com a própria cerveja – um trevo
de Saint Patrick, o santo padroeiro da Irlanda, na espuma de uma Guinness geladinha.
Pubs irlandeses do mundo inteiro estarão festejando a data. Decorando os bares
com centenas de trevos verdes de papelão recortado, servem chopps, esverdeados
com corantes neutros, oferecendo a seus clientes vários tipos de promoções
reservadas para a festa. Tradição.
St. Patrick, ou São Patrício – homenageado também na catedral mais
importante de Nova York, na Quinta Avenida – nasceu em Gales, por volta de 385.
Aos 16 anos de idade foi seqüestrado por um grupo de piratas irlandeses, fato
que acabou aproximando-o da fé cristã. Seis anos depois, escapando do
cativeiro, viu que sua missão era converter os irlandeses pagãos – tal seus
seqüestradores – ao cristianismo. Sucesso absoluto. Tanto que a Irlanda
continua católica até hoje, mesmo sob pressão dos ingleses protestantes. É
desse confronto separatista que nasce o Exército Republicano Irlandês (IRA),
grupo terrorista e braço armado do partido político Sein Fein. Hoje a Iralanda
está dividida em norte e sul, sendo as capitais Belfast e Dublin. O trevo era usado por St. Patrick em suas pregações, para desvendar o
mistério da Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo. Acabou se
tornando seu símbolo, assim como verde é a cor do país dos highlanders. Completada
a missão apostólica, St. Patrick morreu em 17 de março de 461, data que desde
então vem sendo festejada pelos irlandeses.

Outra figura, do reino das fadas, também
faz parte da festa, é o velho duende Leprechaun. Com 60 cm de altura, é um sapateiro
e forjador de ferraduras: quem ouve nas floresta o bater de seu martelo, e
consegue encurralá-lo com o olhar, pode obrigá-lo a entregar o pote de ouro que
traz escondido no alforge. Porém, se desviar dele o olhar, nunca haverá de encontrá-lo
novamente. Procure-o e divirta-se nessa festa... Sláinte!
Saúde em
gaélico.
All Black: Rua Oscar Freire 163 Jardins
Tel: 3088-7990 C/C: todos.
Armando Serra Negra