Seio simboliza
maternidade, doçura, intimidade, segurança, refúgio e regeneração (Dicionário
dos Símbolos / Ed. José Olímpio, R$ 94). E, salvo disposições em contrário, são
essas as tranqüilas vibrações emanadas no Teta
Jazz Bar. Num primeiro momento.
O nome,
por si mesmo, remete à maternidade: um lugar para se isolar do mundo (refúgio),
ideal para a meditação (segurança) ao som de boa música ao vivo – mpb e bossa nova – regada a drinques
caprichados (doçura), com a certeza de que os problemas do dia a dia serão
resolvidos em breve (regeneração). Esse ambiente também convida a um
tête-à-tête romântico, com direito a papo-cabeça, início de uma boa amizade ou
relação amorosa (intimidade). Mas, como pela lei do equilíbrio, regente das paixões,
um momento de introspecção sempre traz outro de exaltação, também aí o Teta não
deixa a desejar. A partir das 22h30 revela-se o significado mais popular da
palavra: bandas de primeira qualidade (são mais de 60 cadastradas) alinham-se num
pequeno espaço, jorrando com a fartura de seus instrumentos o melhor jazz que
se pode ouvir. A proximidade com a clientela também permite a apreciação dos movimentos
musicais, levando a entender como os exímios músicos produzem os sons mais
variados e complexos. Exemplo: observar a dança dos dedos do saxofonista uma
experiência singular.
A
atmosfera ambivalente do Teta (característica própria dos seios: o esquerdo
simboliza a lua, o direito o sol), transitando entre a introspecção e a exaltação,
tornou-se possível porque o lugar é pequeno – 50 pessoas sentadas – simples e
iluminado a meia luz. “Depois de trabalhar no Ritz, fui comissário de bordo da
TAM, indo muito a Buenos Aires; foi lá que captei a boêmia que se tem aqui”, diz
Zaca, o proprietário. Cabelos longos e rabo-de-cavalo, ele montou uma engenhoca
no balcão: mangueiras transparentes afixadas num grande recipiente de vidro com
frutas mergulhadas, utilizam o princípio dos vasos comunicantes para despejar,
através de torneiras plásticas, três variedades alquímicas de cachaça (R$ 4).
As
especialidades que saem de seu cadinho são familiares: casquinhas de siri,
receita da avó (R$ 21 / 8 unids.) levam ingredientes que nenhuma outra leva; a
torta de frango (R$ 20) é saboreada pela parentela há 60 anos; a fórmula das
venerandas panquecas (R$ 16) tornou-se um segredo filosofal. Etílicos: Red
Label (R$ 9,80); Jack Daniels (R$10); Chivas (R$ 13); Black Label (R$ 15);
caipirinha (R$ 6,50); caipiroska (R$ 6,50); Bohemia (R$ 3,40); Skol Beats (R$
3,70); chopp (R$ 3,40), entre outros. Pegue sua vassoura e voe até lá!
Teta Jazz Bar (o bar encerrou as atividades)
Rua Cardeal Arco Verde 1265
– PinheirosReservas: 3031-1641
Couvert: R$ 5
Armando C. Serra Negra
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