quinta-feira, 16 de junho de 2016

Teta Jazz Bar








Seio simboliza maternidade, doçura, intimidade, segurança, refúgio e regeneração (Dicionário dos Símbolos / Ed. José Olímpio, R$ 94). E, salvo disposições em contrário, são essas as tranqüilas vibrações emanadas no Teta  Jazz Bar. Num primeiro momento.


O nome, por si mesmo, remete à maternidade: um lugar para se isolar do mundo (refúgio), ideal para a meditação (segurança) ao som de boa música ao vivo –  mpb e bossa nova – regada a drinques caprichados (doçura), com a certeza de que os problemas do dia a dia serão resolvidos em breve (regeneração). Esse ambiente também convida a um tête-à-tête romântico, com direito a papo-cabeça, início de uma boa amizade ou relação amorosa (intimidade). Mas, como pela lei do equilíbrio, regente das paixões, um momento de introspecção sempre traz outro de exaltação, também aí o Teta não deixa a desejar. A partir das 22h30 revela-se o significado mais popular da palavra: bandas de primeira qualidade (são mais de 60 cadastradas) alinham-se num pequeno espaço, jorrando com a fartura de seus instrumentos o melhor jazz que se pode ouvir. A proximidade com a clientela também permite a apreciação dos movimentos musicais, levando a entender como os exímios músicos produzem os sons mais variados e complexos. Exemplo: observar a dança dos dedos do saxofonista uma experiência singular.    


A atmosfera ambivalente do Teta (característica própria dos seios: o esquerdo simboliza a lua, o direito o sol), transitando entre a introspecção e a exaltação, tornou-se possível porque o lugar é pequeno – 50 pessoas sentadas – simples e iluminado a meia luz. “Depois de trabalhar no Ritz, fui comissário de bordo da TAM, indo muito a Buenos Aires; foi lá que captei a boêmia que se tem aqui”, diz Zaca, o proprietário. Cabelos longos e rabo-de-cavalo, ele montou uma engenhoca no balcão: mangueiras transparentes afixadas num grande recipiente de vidro com frutas mergulhadas, utilizam o princípio dos vasos comunicantes para despejar, através de torneiras plásticas, três variedades alquímicas de cachaça (R$ 4).


As especialidades que saem de seu cadinho são familiares: casquinhas de siri, receita da avó (R$ 21 / 8 unids.) levam ingredientes que nenhuma outra leva; a torta de frango (R$ 20) é saboreada pela parentela há 60 anos; a fórmula das venerandas panquecas (R$ 16) tornou-se um segredo filosofal. Etílicos: Red Label (R$ 9,80); Jack Daniels (R$10); Chivas (R$ 13); Black Label (R$ 15); caipirinha (R$ 6,50); caipiroska (R$ 6,50); Bohemia (R$ 3,40); Skol Beats (R$ 3,70); chopp (R$ 3,40), entre outros. Pegue sua vassoura e voe até lá!


 


Teta Jazz Bar (o bar encerrou as atividades)
Rua Cardeal Arco Verde 1265 – Pinheiros
Reservas: 3031-1641
Couvert: R$ 5          
Armando C. Serra Negra

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