Não é necessário ir às
margens do Mississipi para navegar no melhor jazz. Pois no The Orleans Restaurante
e Bar – que está para completar um ano de sucesso – o ritmo deságua aos
borbotões a partir das 22h30. Quando o público já está animado pelos pads maneiros
da DJ Ana John (DC, 23/06/11), sacando da mochila um mix de mil CDs ao gosto da
galera. Atracando entre o micro All Jazz e o macro Bourbon Street, as duas
melhores casas de jazz de São Paulo, o The Orleans aportou tranqüilo com sua
nova proposta. “Temos um espaço de médio porte, mas grande o suficiente para
trazer músicos de renome internacional”, diz Ricardo Santini, um dos
proprietários. Shirley King, neta do legendário B.B. King já deu sua nota, e o bis
quem dá é Tia Carroll, estrela do Festival de Jazz de Paraty, em 2010, ainda
este mês (confira a programação).
Priorizando a vista do palco
– há pouquíssimas “zonas escuras” para a lotação de 250 clientes sentados – o
projeto arquitetônico, de tendência clean, imprimiu elegância e arrojo ao
estabelecimento. Logo à entrada, um pôster de guitarras exóticas e variadas
indica a vocação musical do The Orleans. Um salão em L, à esquerda o balcão do
bar, ao fundo o palco, com boa elevação, a parede de pé direito triplo de
tijolinho serve de tela para projeções de vídeo. O nome da casa centrado, como
no bumbo de uma bateria. De um mezanino intermediário, vendo-se o palco de
lado, uma Harley Davidson aponta a via para o fumódromo: portas-estanque de
vidro dão para um pequeno terraço com ombrelones. Mais um mezanino, bem maior,
vê-se o palco de frente. O verde esmaecido das paredes, quase musgo, é pano de
fundo para grandes fotos dos mestres do jazz, blues e soul, pop stars, e de
outras guitarras criativamente emolduradas por frisos clássicos de madeira
dourada entalhada, uma exclamação surpreendente do antigo e moderno. Bateria
completa afixada ao alto, sobre fundo bordô, para quebrar o tom, marca compasso
sobre a platéia.
Aposta certeira foi a jovem chef de cuisine Ariana Costa (já passou
pelo grupo Fasano, Bistrô São Paulo e Fidel) totalmente dedicada ao métier: frango à Louisiana (tiras
empanadas em farofa crocante c/ molho picante R$ 32), coxinha à la créme (c/
catupiry R$ 26, c/ seis unids.), enroladinhos de cogumelos (shimegi e Paris, em
fatias finas de beringela e abobrinha, R$ 24). “Os espetinhos de filé (R$ 32) e
a porção de pastéis (R$ 24) são demais!”, sugere a diretora artística da casa,
Ana Paula Freitas. Cardápio completo e variado, convida a um bom jantar: “Reunimos a alta gastronomia com a boa música,
a preços acessíveis”, acerta em cheio Santini. Clube do Uísque (garrafa): Red
Label R$ 120, Black Label (R$ 180), Bucchanan’s (R$ 180). Cerveja Norteña (R$
18), Quilmes e Bohemia (R$ 6), sucos (R$ 7). Coquetéis corretos. Nomes
conhecidos do gênero, como Tony Gordon (filho de Denise Duran e Dave Gordon),
Derico Sciotti (assessor para assuntos aleatórios do Jô Soares) e a banda Oito
do Bem (mescla jazz com Bee Gees, James Brown, e etc. com excência) vira e mexe
dão as caras (couvert artístico R$ 15). Mas agora vamos ficar quietos: o mestre
Celso Pixinga – tido por muitos como o melhor baixista brasileiro – vai botar
para quebrar!
The
Orleans Restaurante e Bar
Rua
Girassol 398 Vila MadalenaTel: (11) 3031-1780
www.theorleans.com.br
Armando Serra Negra
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