Balada de tarde! É a nova
mania da moçada confiável, até os trinta. Veio dispensar os esquentas,
desbancar as altas madrugadas, arrepiar – e ameaçar a existência – das grandes,
caras e – até aqui – badaladas discotecas. Quem afirma a nova tendência é o
arquiteto e empresário Paulo Solal, sócio residente do animadíssimo Vila Seu
Justino: ‘A frequência vespertina dos botecos transados está aumentando a cada
vez mais, em detrimento das caras boîtes de altas horas”, sentencia.
A fórmula seguida pela Vila
seu Justino começou há alguns anos, quando Thiago Armentano (filho do renomado
arquiteto João) transferiu a balada particular que rolava para os amigos na
garagem de sua casa, para um imóvel na Rua Santa Justina, na Vila Olímpia. Cada
vez mais animado, o happening começou a sair caro para o anfitrião, que
aproveitou a oportunidade para começar a ganhar em vez de gastar. Chamou Solal
e montaram o bar,ele de sócio administrador. “A grana era curta, criamos um
local bem rústico, e batizamos com um nome caipira que combinava com o da rua”.
A casa faturou dois anos, cedeu espaço a uma incorporação, e agora, dois anos
depois, reabre a porteira na Vila Madalena. Bombando. Para uma ideia de como o
negócio de bares é bom – quando dá certo – os outros oito sócios investidores
estão capitalizando 20% em média ao mês, sobre o capital investido. Palavra do Solal.
“Não tem ninguém de fora no grupo, somos todos amigos de velha data”, revela, a
quem interessar possa.
O novo estabelecimento é
privilegiado no jardim. Ombrelones em amplo deck, fronteiriço, protegem do sol
e da chuva até 17 fumantes (ou não) sentados. Fumódromo cinco estrelas.
Bebericam na taça balon La Playa (mistura de frutas, néctares, vodka de manga –
R$ 20) e Taj Mahal (folhas, xaropes, sakê – R$ 20); na tulipa, Brahma (R$ 5,50)
e Stella (R$ 6,50). Petiscam filé aperitivo à mostarda (R$ 44), Seu Aparecido
(purê de mandioquinha, carne seca puxada na manteiga de garrafa e crispis de
cebola - R$ 24,90), crostata de cogumelos (R$ 20). O varandão abre para o
lounge e vice versa, poltronas e sofás retrô, couro, camurça, patchwork, chão
de cimento queimado, trecos pendurados na parede. Através do balcão em ilha vislumbra-se a
agitação da música ao vivo. Som de primeira a todo volume fervilha a galera,
mantendo sagrada paz com a vizinhança ao prevenir o Psiu: “A partir das 20hs a
balada termina e entra o DJ, com música ambiente”. O pessoal reúne-se em um
grande pomar, pedriscos brancos no chão, mais ombrelones serpenteiam árvores
magníficas e amorosas, plantadas a mais de cinquenta anos pelos antigos
moradores. Tesouro urbano com pés de pitanga, jabuticabeira, limoeiro,
mixirica, laranja, caqui, lixia e mais, o pomar em roda da imponente mangueira
enche os olhos e refresca. “O pessoal se diverte tanto, que quando a banda
termina fica por aqui mesmo, ou vai para casa dormir mais cedo”, resume Solal.
Fim dos energéticos? Nada mais saudável...
Vila Seu Justino Rua Harmonia 77 – Vila
Madalena Tel: (11) 2738-3800
Armando
C. Serra Negra
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