quinta-feira, 30 de junho de 2016

St. Patrick Fest / All Black



              Impossível dizer o que o pub All Black tem de melhor. Lá chegando, você já  se depara com a simpatia do André e do Marcelo, irmãos que garantem a entrada e a segurança do lugar. O staff de garçons e garçonetes experientes e atenciosos é a segunda atração que você vai encontrar, além da decoração charmosa de  pub irlandês - com perfeito isolamento acústico. A terceira atração, sem dúvida, é pedir a famosa cerveja Guinness (pint a R$ 13,00 e half pint a R$ 7,00), patrocinadora do pub e mundialmente conhecida por seu “Livro dos Recordes”.

Copo na mão, convenientemente instalado, a quarta atração - talvez a que tenha conferido definitivamente ao All Black o sucesso merecido – está para rolar.

O clima é de expectativa. No pequeno palco, os músicos vão afiando os instrumentos e testando o som. A casa já está cheia (por isso é bom chegar cedo para pegar lugar). O staff zanza para cima e para baixo, a pequena Maria equilibrando bandejas lotadas sem derramar nada; como é possível? É trabalho duro também o das bartenders Fabíola, Rose e Janaína – artista em desenhos na espuma etílica (veja abaixo) – preparando deliciosos e bonitos drinques, ao mesmo tempo que tiram os  chopps (Carlsberg a R$  6,50  pint e R$ 3,30 half pint) sem descanso e pouco colarinho adequado. Sem dúvida elas são ajudadas pelos rapazes Aldo, Sandro, Osvaldo, entre outros, tudo fluindo bem. A cerveja mais pedida é a Bohêmia (R$ 4,00).

O clima é de amizade, e, mesmo apinhado, a cozinha é impecável. Come-se muito bem no All Black, a bom preço, desde tapas, canapés, sanduíches e pratos da cozinha internacional. Uma curiosidade muito saborosa são as batatas irlandesas fritas – as batatas selvagens – maiores que as comuns, primeiro cozidas e depois fritas, salpicadas de alecrim, conferindo um “mordiscar” especial.

Uma boa noite de All Black é aos domingos, quando toca a banda Sonora, de black music, com a excelente e bela crooner Roberta. O som da casa bomba, também, nas noites, que precedem a segunda-feira, e começa mais cedo (21:30hs.). Na terça-feira o som é do Vasco, guitarra, gaita, e canto, multitarefa. Um arraso. A noite mais concorrida (fila na porta) é a de quinta-feira, com a banda Insônica, de rock e pop, com as músicas de rádio. Na sexta-feira é a vez do  “Malaco Soul”, um professor de inglês com voz chegada a Tim Maia. Imperdível.  As noites de quarta e sábado são reservadas para novas bandas se apresentarem. Dancing free.

Pub é uma abreviação de public bar, sendo que os ingleses se diferenciam dos irlandeses principalmente pela decoração despojada, desses últimos. O All Black, que leva o nome em homenagem ao time de rugby neo-zelandês, foi inaugurado em 21 de novembro de 2001, fita cortada pela primeira ministra da Nova Zelândia, Helen Clark, em visita ao Brasil,. Quando chegar lá, peça a um dos porteiros para mostrar a placa comemorativa do evento, mais um dos fatores que distinguem esse pub. No próximo domingo o All Black completa três aninhos, mas festa mesmo rola no Dia de St. Patrick, em 17 de Março.




É quando a poderosa Janaína exercitará a arte de desenhar – com a própria cerveja – um trevo de Saint Patrick, o santo padroeiro da Irlanda, na espuma de uma Guinness geladinha. Pubs irlandeses do mundo inteiro estarão festejando a data. Decorando os bares com centenas de trevos verdes de papelão recortado, servem chopps, esverdeados com corantes neutros, oferecendo a seus clientes vários tipos de promoções reservadas para a festa. Tradição.

St. Patrick, ou São Patrício – homenageado também na catedral mais importante de Nova York, na Quinta Avenida – nasceu em Gales, por volta de 385. Aos 16 anos de idade foi seqüestrado por um grupo de piratas irlandeses, fato que acabou aproximando-o da fé cristã. Seis anos depois, escapando do cativeiro, viu que sua missão era converter os irlandeses pagãos – tal seus seqüestradores – ao cristianismo. Sucesso absoluto. Tanto que a Irlanda continua católica até hoje, mesmo sob pressão dos ingleses protestantes. É desse confronto separatista que nasce o Exército Republicano Irlandês (IRA), grupo terrorista e braço armado do partido político Sein Fein. Hoje a Iralanda está dividida em norte e sul, sendo as capitais Belfast e Dublin. O trevo era usado por St. Patrick em suas pregações, para desvendar o mistério da Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo. Acabou se tornando seu símbolo, assim como verde é a cor do país dos highlanders. Completada a missão apostólica, St. Patrick morreu em 17 de março de 461, data que desde então vem sendo festejada pelos irlandeses.

Outra figura, do reino das fadas, também faz parte da festa, é o velho duende Leprechaun. Com 60 cm de altura, é um sapateiro e forjador de ferraduras: quem ouve nas floresta o bater de seu martelo, e consegue encurralá-lo com o olhar, pode obrigá-lo a entregar o pote de ouro que traz escondido no alforge. Porém, se desviar dele o olhar, nunca haverá de encontrá-lo novamente. Procure-o e divirta-se nessa festa... Sláinte!

Saúde em gaélico.

 
All Black: Rua Oscar Freire 163 Jardins
Tel: 3088-7990 C/C: todos.

 

Armando Serra Negra


                           

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