segunda-feira, 11 de julho de 2016

O Negócio dos Bares...


Basta conferir os números para constatar que o ramo de bares e restaurantes está entre os maiores geradores de emprego, diretos e indiretos, do País. “São 780 mil estabelecimentos, com uma média de três sócios e seis funcionários cada um; só na capital há 50 mil”, contabiliza o advogado Percival Maricato, presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes de São Paulo (Sindirestaurantes). Essa multiplicação gera um universo aproximado de 7.1 milhões de trabalhadores diretos, entre empresários e funcionários: pouco mais de um terço da população da Grande São Paulo, com 19.7 milhões de habitantes, segundo o IBGE.
  Confortavelmente instalado na sede do sindicato, um casarão no bairro do Pacaembu, o advogado afirma que o capital envolvido na área de alimentação e lazer atinge a cifra de R$ 9.4 bilhões por mês, significando um giro de R$ 112.3 bilhões anuais. “O lucro líquido mensal médio de cada unidade é de R$ 12 mil”, estima. 
No entanto, ao longo dos últimos anos os impostos, taxas e tarifas incidentes sobre o negócio só vêm aumentando, em escala inversamente proporcional ao estipêndio do consumidor, afastando-o do setor. “O lazer está em 10º lugar entre as necessidades familiares, depois dos gastos com luz, água, alimentação, saúde, educação. Além disso, há dez anos não havia despesas com novas tecnologias, como telefone celular, TV a cabo, micros computadores, que também abocanharam boa parcela do público”, considera Maricato.
Percival Maricato

Desenvolvimento – No empenho de reverter um quadro, atualmente desfavorável, o Sindirestaurantes, e entidades similares,  atuam junto aos órgãos públicos, para alertar as autoridades sobre o risco que esse potencial sócio-econômico vem enfrentando. Há algum tempo, ganharam demandas contra a Sabesp, pela redução das multas aplicadas, por atraso de pagamento, de 10% para 2%; conseguiram a redução do ICMS de 12% para 3,2%; do ISS de 10% para 5%. “São algumas conquistas, ainda insuficientes, para contrabalançar a perda de público”, diz ele.
Visando a facilidade de circulação noturna, propostas, à primeira vista polêmicas, são apresentadas. Nas regiões onde se aglutinam bares e restaurantes e há falta de estacionamentos, por exemplo, sugere-se que a tarifa dos táxis poderia ser reduzida, tendo em contrapartida o aumento do número de passageiros. Ainda, a partir de certo horário, o estacionamento dos veículos sobre as calçadas deveria ser permitido, para facilitar o fluxo das ruas, evitando congestionamentos. “Grandes cidades turísticas, como Roma, Paris e Rio de Janeiro fazem isso, para atrair os turistas” questiona. Em sua opinião, os moradores dessas áreas poderiam ser mais compreensivos, entendendo que tais problemas não deveriam prevalecer sobre a importância sócio-econômica da atividade.

 

Armando C. Serra Negra

 

    

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